Giuseppe Musella: ‘as pessoas podem fazer coisas incríveis, que jamais imaginaram poder fazer’

Giuseppe Musella: ‘as pessoas podem fazer coisas incríveis, que jamais imaginaram poder fazer’

5 de outubro de 2018 0 Por Paulo Prudente

Recentemente contamos por aqui duas histórias de atletas que começaram a praticar triathlon ainda bem jovens e que daqui a alguns dias estarão no Mundial de Ironman, em Kona. Mas nunca é tarde para começar. Certamente entre os dois mil atletas inscritos na prova o que não faltam são histórias para contar.

Casos como o consultor Giuseppe Musella, de 56 anos, que mora em Curitiba e vai para sua terceira prova em Kona. Pode-se dizer que o triathlon foi um presente que a vida lhe deu ao completar 50 anos. Depois de passar pelo polo aquático na universidade e experimentar o baseball até os 29 anos, Giuseppe viveu 20 anos no sedentarismo e chegar 95 quilos com 1,70m de altura.

Pronto! Era como se o triathlon dissesse a Giuseppe: “Bem-vindo ao clube!”. Em maio de 2013 o consultor foi a Florianópolis assistir o Ironman Brasil. Algo que mudaria definitivamente sua vida.

“Decidi me preparar para competir no ano seguinte. Foi uma longa jornada de preparação com várias competições intermediárias, incluindo minha primeira maratona e o IM70.3 de Miami. Em maio de 2014 completei meu primeiro ironman, ficando em quarto lugar, a menos de três minutos da vaga”.

Desde então, Giuseppe construiu um currículo de respeito, com 10 provas de ironman e uma edição do Ultraman da Flórida, em 2018. Em 2017 ele ficou em primeiro lugar no ranking AWA em sua categoria. Em Kona, foi o melhor latino-americano da prova, chegando em 14º lugar entre 137 atletas de sua categoria. Em Mar de Plata, Argentina, ficou em primeiro lugar e mais uma vez conseguiu a vaga para o Mundial.

Mas, apesar de sua importância, a prova em Kona é apenas parte da preparação de Giuseppe para algo maior, assim como o Ironman da Flórida, em 3 de novembro, menos depois do Mundial. Em fevereiro de 2019 ele vai fazer o seu segundo ultraman. Algo impressionante para quem tem apenas seis anos de triathlon.

“Nas últimas 10 semanas, entre treinos e competições, em média tenho feito 17,5km de natação, 330km de ciclismos e 78km e corrida. Altos volumes devido à construção da base para o ultraman. Tudo isso me faz chegar bem preparado neste Mundial, com o menor peso e o menor percentual de gordura dos últimos 30 anos. Em agosto, em Maceió, baixei em 25 minutos o meu melhor tempo na distância de meio ironman, fechando a prova em 4h27min, em primeiro na categoria”.

Números realmente impressionantes e que parecem estar longe de estagnarem. Isso por que, em abril de 2017, depois de 31 anos dedicando ao trabalho – em seis empresas e três países diferentes-, Giuseppe deixou o mundo corporativo e passou a dedicar-se exclusivamente ao triathlon e à família.

“Hoje o triathlon é minha atividade principal, que faço com prazer e se dificuldade. A família sempre me apoio bastante, mas, obviamente, quando eu trabalhava, acordava às 4h da madrugada para cumprir a rotina de treinos, treinando algumas vezes na semana também à tarde após o trabalho. Aí sim era sacrificante”.

Este ano em Kona Giuseppe vai viver uma nova experiência. Além de fazer da prova como parte da preparação para algo maior, no Havaí ele terá a companhia do grande amigo e colega da Team Vanuza Maciel, Diogo Ratacheski, que vai competir em seu primeiro Mundial na categoria handycicle.

“Era um sonho especial. Assim, pretendo fazer uma prova com atitude menos competitiva. Quero curtir mais a jornada e os momentos com ele. Obviamente darei o meu melhor durante a prova, mas o resultado será uma consequência”.

Se dúvida uma experiência e tanto para quem deixou que a vida mudasse radicalmente com o triathlon. Para Giuseppe, este terceiro Mundial será mais um capítulo desta mudança.

“Desde que comecei a fazer triathlon minha vida mudou radicalmente. Me tornei uma pessoa muito mais sociável. Conheci pessoas extraordinárias e compreendi que as pessoas podem fazer coisas incríveis, que jamais imaginaram poder fazer. Em outras palavras, aprendi que pessoas normais são as que fazem coisas extraordinárias, sem importar idade ou condição.”