Cíntia Tobar chega a mais um Mundial de Ironman no melhor de sua forma

Cíntia Tobar chega a mais um Mundial de Ironman no melhor de sua forma

3 de outubro de 2018 0 Por Paulo Prudente

Em 2012, Cíntia Tobar viveu a incrível experiência de correr com sua irmã Luiza o Mundial de Ironman, em Kona. Foram as primeiras gêmeas brasileiras a correrem a prova no mesmo ano. Foi apenas a segunda vez que isso aconteceu na história da prova. Este ano, Cíntia vai repetir a dose, mas de outra forma. Ela é treinada por Luíza e carrega no uniforme o nome de sua assessoria: Tobar Training.

Cíntia, à direita, e Luiza em Kona em 2012

Aos 31 anos, formada em Relações Públicas e MBA em Marketing, Cíntia mora em Lisboa e assim como a irmã – que faz até provas de ultraman – tem uma longa história no triathlon.

“Comecei a correr com meu pai e com Luíza quando tinha 13 anos de idade. Mas as competições em corrida de rua, de 10 e 21K, foram apenas com 16 anos. Aos 18 anos já corria maratonas e ultras”.

A prática do triathlon só começou aos 21 anos, sob influência de Luíza. Dois anos depois elas já estavam no Mundial de IM, em Kona. Na época, Cíntia conseguiu a vaga em Cozumel, no México, e Luíza, em Fortaleza. A vaga no Mundial deste ano veio no IM da Malásia, na Ilha de Langkawi, em novembro de 2017. Desde então, Cíntia vive a dura rotina de treinos e de vida de um atleta amador.

“A jornada é sempre desafiadora e dura. Sou muito disciplinada e treino todos os dias, então, a rotina é sempre acordar de madrugada para conseguir treinar volume antes do trabalho. Sempre faço três treinos por dia durante a semana, e nas minhas folgas faço os treinos longo de ciclismo. Eu diria que é praticamente impossível ter um equilíbrio entre treinos e a vida normal. Como eu moro fora não tenho muitos compromissos com família, o que me ajuda muito. E não tenho obrigações com família porque também sou solteira. Então, a minha vida treinando para Ironman se baseia sempre entre treino, trabalho e descanso. Vida social é resumida a jantares ou happy hour com amigos, ou atividades durante o dia, porque o descanso pra mim é essencial”.

Mas tanto desafio e tanta dureza no dia-a-dia tem a sua recompensa. Depois de um susto durante a fase de treinos, Cíntia afirma que vai chegar na prova no melhor de sua forma. Física e mental.

“Estou treinando duro desde o começo do ano. Fiz o Challenge Roth, em julho, mas infelizmente fiquei muito doente no inverno Europeu e fiz a prova com gastroenterite viral. Retomei meus treinos logo depois da prova, e praticamente tudo o que foi planejado foi executado. Tive uma inflamação na panturrilha esquerda há três semanas, o que me afetou psicologicamente. Mas cuidei muito e sarou 100%. Estou atualmente com o corpo e a mente em sintonia para o Mundial!”

Cíntia, à direita; e Luiza

Apesar de estar pronta para uma boa prova, Cíntia é experiente o suficiente para saber que numa prova longa como IM tudo pode acontecer. E está preparada para qualquer tipo de cenário com o objetivo de aproveitar mais uma vez a chance de estar em Kona, com os melhores atletas da modalidade.

“A expectativa é sofrer menos do que o esperado e conseguir encaixar tudo que eu treinei! Ironman é uma prova longa e tudo pode acontecer. Então sempre largo sem expectativas de resultados e números, mas com o único objetivo de conseguir nadar, pedalar e correr como eu venho executando nos treinos. Resultados são consequência de um dia bom! E muitas vezes, demora pra ter um dia bom em uma prova. Por isso, aprendi a amar a oportunidade de estar participando de uma prova. Vou apenas competir com muita gratidão e amor ao triathlon”.

Aliás, o triathlon é o próprio estilo de vida de Cíntia. Segundo a atleta, é ele que molda o seu humor, sua capacidade de produção no trabalho e sua disciplina.

“Não consigo ter um dia de trabalho produtivo sem treinar antes! E também não consigo sair de férias e não treinar nada. Eu sou uma pessoa muito hiperativa, então na verdade, se eu não treino eu fico insuportável, ninguém me aguenta. Competir ironman ou ultramaratona requer muita organização, disciplina e foco, mas são consequência do amor ao esporte. Para muitos, acordar cedo, fazer dieta e não sair à noite é muito esforço. Para mim é uma escolha natural. Eu amo acordar cedo e aproveitar o dia fazendo o que mais amo: nadar, pedalar ou correr!”